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Momento Desabafo!

"EU NÃO ESPERAVA TER TANTO TRABALHO".



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Certo dia uma mamãe de primeira viagem, no ápice do seu puerpério me procurou para fazer um desabafo e pedir socorro. Ela, com rede de apoio muito limitada, com uma bebê linda de apenas 3 meses de idade, encarava a dura realidade da maternidade. A privação de sono, a amamentação, a tristeza repentina que enfretamos, a falta de tempo para enrolar em uma refeição mexendo no celular, as inúmeras trocas de fralda, uma porção de roupas para lavar, casa para dar conta, marido também solicita sua parcela de atenção e alguns de fato não conseguem atingir nossas expectativas ao desempenhar o papel de pai, afinal também é muito novo pra ele. O colo da mãe é o único refúgio da calma da filha e os choros são constantes, as cólicas fazem parte do seu desenvolvimento, e acordar de hora em hora mesmo sem o bebê chorar só para ver se ele(a) esta respirando.


Essa mãe desesperada estava a ponto de surtar, tinha constantes crises de choro e me mandou um direct pelo Instagram. Disse ter se arrependido de ser mãe, que via posts lindos, e imaginava a maternidade de uma forma muito leve e prática. Ela sonhou, se planejou financeiramente e tinha lacinhos que combinavam com os looks. Já tinha o nome antes mesmo da filha ser gerada.


"Eu não sei ser mãe". Meu coração doeu ao ler aquilo e logo começamos a trocar áudios, esses eu mal entendia pela voz embolada em meio a um choro forte e lágrimas incessantes. Eu senti a dor daquela mãe. Dali começamos um processo de cura, nós podemos e devemos aprender a ser mãe, estudar sobre o assunto, conversar com outras mães que passaram pelo mesmo processo. Mas o primeiro passo, é entender o momento sabe? É tudo muito novo, mudanças drásticas, repentinas, que nos levam a picos hormonais, e um estresse jamais sentido, e ta tudo bem!


Eu falava sussurrando, Ei! Ta tudo bem se sentir assim! Vamos traçar um plano de mudança. E assim fizemos, conversei com o marido, encaminhamos ela também para alguns profissionais diferentes, visto que ela já tinha um histórico depressivo.


Ela se cobrava AMAR aqueles momentos, estava mais perdida nos sentimentos em querer viver na totalidade o puerpério do que amar e aproveitar os momentos com sua filha.

Fico me perguntando quem disse que seria perfeito? Quem teria essa maldade?

Palavras são mesmo muito cruéis e a cobrança da sociedade é injusta.


Aquela mãe precisava apenas entender que era um momento passageiro e que as mudanças iriam ocorrer e fluir da forma como tinha que ser e dentre todas as coisas que resgatamos dentro do coração daquela mulher, a paciência e a divisão do tempo foi decisivo para o processo.


Hoje contemplo sua dedicação para com a sua pequena, em seu casamento ela ganhou um parceiro que com maestria cumpre seu papel de marido e pai, dividindo as tarefas com ela, e o tão temido puerpério esta sendo vencido com sucesso.


Busque sempre ajuda e não aceite os estigmas da sociedade.


Ser mãe é uma missão que nos faz acolher o outro com um amor imensurável e isso nos tira da zona de conforto, transforma a nossa vida e só nós decidimos o rumo dessa transformação.
 
 
 

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